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Espiritualidade e Saúde Mental: conexão entre propósito e bem-estar

  • Foto do escritor: Carolina Leles
    Carolina Leles
  • 1 de jun.
  • 3 min de leitura

A ciência comprova: cultivar a espiritualidade pode fortalecer a mente, aliviar o estresse e promover uma vida com mais sentido


Nos últimos anos, o interesse pela espiritualidade deixou de ser um assunto restrito a contextos religiosos e passou a ser abordado também sob uma perspectiva científica e psicológica. Estudos mostram que pessoas que cultivam uma vida espiritual ativa — mesmo sem vínculo com religiões específicas — apresentam melhores índices de saúde mental, maior sensação de propósito e bem-estar emocional.


Mas o que exatamente significa espiritualidade nesse contexto? E como ela pode ser praticada no dia a dia?


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O que é espiritualidade?


Espiritualidade pode ser entendida como a busca por significado, conexão e propósito na vida. É uma dimensão subjetiva e profunda, que envolve refletir sobre quem somos, o que valorizamos, como nos relacionamos com os outros e com o mundo à nossa volta.

Ao contrário da religião, que se organiza por meio de dogmas e instituições, a espiritualidade é pessoal e experiencial — pode ser vivida através de meditação, contato com a natureza, escrita reflexiva, silêncio, compaixão ou serviço ao próximo.


A ciência por trás da espiritualidade e saúde mental


Estudos têm demonstrado que a espiritualidade tem papel protetor contra diversos transtornos mentais, especialmente depressão, ansiedade e esgotamento emocional.

Um estudo publicado na revista Frontiers in Psychology (2020), conduzido por investigadores da University of São Paulo (USP), mostrou que a espiritualidade está associada a maiores níveis de resiliência, bem-estar subjetivo e enfrentamento adaptativo ao estresse. Segundo os autores, a percepção de um propósito maior ajuda as pessoas a reinterpretar situações difíceis com mais esperança e força interior.


Outro estudo de Lisa Miller, professora da Columbia University e autora do livro The Awakened Brain (2021), apontou que pessoas com uma vida espiritual ativa apresentam maior espessura no córtex pré-frontal, área do cérebro ligada à tomada de decisão e autorregulação emocional. Em suas palavras:

“A espiritualidade fortalece o cérebro para lidar com as adversidades e aumenta a sensação de que a vida tem sentido — um fator protetor contra depressão, especialmente em jovens e adultos em fases de transição.” Lisa Miller, PhD, Columbia University

Espiritualidade como fonte de propósito


Ter um propósito claro e sentir que a vida tem um significado mais profundo está fortemente associado a níveis mais altos de satisfação com a vida. Segundo Viktor Frankl, psiquiatra e autor da Logoterapia, “quem tem um porquê, enfrenta quase qualquer como”.

Em contextos de dor, perda, crise profissional ou insegurança emocional, a espiritualidade pode ser um refúgio interno, uma âncora para se manter conectado ao que realmente importa. Ela não anula o sofrimento, mas o resignifica.


Como cultivar a espiritualidade no cotidiano (sem conotação religiosa)


Você não precisa seguir uma tradição espiritual ou dogma para se conectar com sua dimensão espiritual. Aqui vão algumas práticas simples que favorecem essa conexão:

  1. Meditação e silêncio intencional

Reserve alguns minutos do dia para simplesmente observar sua respiração e seus pensamentos, sem julgamento. A prática regular ajuda a cultivar presença, clareza e paz interior.

  1. Escrita reflexiva (journaling)

Escreva sobre seus sentimentos, sonhos, aprendizados e perguntas profundas. Essa prática organiza a mente e amplia o autoconhecimento.

  1. Conexão com a natureza

Estar em ambientes naturais nos lembra de que somos parte de algo maior. Caminhar ao ar livre, observar o céu ou ouvir o som de um rio são formas poderosas de reconexão.

  1. Práticas de gratidão

Agradecer diariamente por pequenas coisas ajuda a mudar o foco da escassez para a abundância, fortalecendo o estado de ânimo.

  1. Serviço ao próximo

Ajudar alguém, escutar com atenção ou se voluntariar gera um senso profundo de propósito e pertencimento.


Conclusão: espiritualidade é autocuidado profundo


Cultivar a espiritualidade é um gesto de cuidado com a mente e com a alma. É voltar-se para dentro, fortalecer-se diante da vida e reconhecer que existe valor mesmo nas imperfeições do caminho.

Em um mundo acelerado e muitas vezes desconectado do essencial, a espiritualidade nos lembra de quem somos e do que realmente importa.

Cuidar da mente também é nutrir o espírito — e isso pode transformar a forma como você vive, sente e se relaciona.


Referências:

Miller, L. (2021). The Awakened Brain: The New Science of Spirituality and Our Quest for an Inspired Life. Random House.

Gonçalves, J.P.B. et al. (2020). Spirituality, mental health, and quality of life in medical students from a Brazilian public university. Frontiers in Psychology, 11, 1073.

Frankl, V. E. (1985). Em busca de sentido. Vozes.



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